Em 8 de fevereiro de 1936, trinta homens se reuniram para definir os últimos detalhes da fundação de um time de futebol.
O detalhe inusitado é que o simpósio aconteceu num bar. Após algumas rodadas de cerveja, o novo time ganha corpo: o nome acabou sendo originalíssimo.
Tupã Futebol Clube, no qual António Caran, o dono do bar, foi lisonjeado como presidente de fundação do clube, enquanto Tobias Rodrigues de Araújo encarregou-se de escolher o local do estádio, que nada mais era que um campinho cercado de árvores nobres e plantações de café.
Desde então, a nossa cidade tem sido divulgada nos mais longínquos recantos do País. Quando o time está em atividade, jornais, rádios e sites divulgam de graça o nome da nossa estância turística nas mais variadas regiões do Brasil (alguns políticos não levam em conta essa divulgação gratuita de nossa cidade, se negando a ajudar o time, alegando mil e umas razões).
Não sou fanático por futebol, mas o Tupã FC é um caso à parte. Desde criança que espero com ansiedade as tardes de domingo, para torcer pelo nosso tricolor mais querido. Em meados dos anos 70, nos mudamos para a distante região do vale do Paraíba. Meu irmão mais velho foi administrar uma fazenda na pequena cidade de São Luiz do Paraitinga, “a terra do famoso sanitarista Osvaldo Cruz”.
A vida ali na fazenda era pacata e solitária. Para passar um final de semana o lugar era uma maravilha, mas para morar, era o fim do mundo. A nossa casa ficava no pé de uma serra, tendo aos fundos uma enorme mata.
A serração era tão grande no lugar, que o sol só aparecia após as 9 da manhã. Ali naquele fim de mundo, a única coisa que matava a saudade da terrinha, e nos deixava contentes era quando ouvíamos falar da nossa cidade de Tupã, e as únicas notícias que chegavam por lá eram sobre o nosso time de futebol.
Todas as segundas-feiras as rádios Cacique e Difusora de Taubaté falavam do Tupã FC. Naquele tempo, fazia grande sucesso o locutor esportivo Fiori Giliote. Ele comandava a “cadeia verde amarela” pela Rádio Bandeirantes de São Paulo. Havia na Bandeirantes um programa de esportes às cinco e meia da tarde, e o Fiore comentava sobre os times do interior, salvo engano, eram ás quartas-feiras o dia de falar da divisão em que o Tupã FC estava inserido.
Quando chegava perto do horário do programa, eu abandonava tudo que estava fazendo e corria pegar o radinho de pilha. Como o lugar era muito ruim para sintonizar as rádios de São Paulo, eu subia a serra em frente de casa, era quase uns dez minutos de caminhada. Lá chegando se sentava em baixo de um pé de ipê para ouvir as notícias do meu “glorioso” Tupã FC.
Naquele tempo, fazia grande sucesso o locutor esportivo Fiori Giliote.
O detalhe inusitado é que o simpósio aconteceu num bar. Após algumas rodadas de cerveja, o novo time ganha corpo: o nome acabou sendo originalíssimo.
Tupã Futebol Clube, no qual António Caran, o dono do bar, foi lisonjeado como presidente de fundação do clube, enquanto Tobias Rodrigues de Araújo encarregou-se de escolher o local do estádio, que nada mais era que um campinho cercado de árvores nobres e plantações de café.
Desde então, a nossa cidade tem sido divulgada nos mais longínquos recantos do País. Quando o time está em atividade, jornais, rádios e sites divulgam de graça o nome da nossa estância turística nas mais variadas regiões do Brasil (alguns políticos não levam em conta essa divulgação gratuita de nossa cidade, se negando a ajudar o time, alegando mil e umas razões).
Não sou fanático por futebol, mas o Tupã FC é um caso à parte. Desde criança que espero com ansiedade as tardes de domingo, para torcer pelo nosso tricolor mais querido. Em meados dos anos 70, nos mudamos para a distante região do vale do Paraíba. Meu irmão mais velho foi administrar uma fazenda na pequena cidade de São Luiz do Paraitinga, “a terra do famoso sanitarista Osvaldo Cruz”.
A vida ali na fazenda era pacata e solitária. Para passar um final de semana o lugar era uma maravilha, mas para morar, era o fim do mundo. A nossa casa ficava no pé de uma serra, tendo aos fundos uma enorme mata.
A serração era tão grande no lugar, que o sol só aparecia após as 9 da manhã. Ali naquele fim de mundo, a única coisa que matava a saudade da terrinha, e nos deixava contentes era quando ouvíamos falar da nossa cidade de Tupã, e as únicas notícias que chegavam por lá eram sobre o nosso time de futebol.
Todas as segundas-feiras as rádios Cacique e Difusora de Taubaté falavam do Tupã FC. Naquele tempo, fazia grande sucesso o locutor esportivo Fiori Giliote. Ele comandava a “cadeia verde amarela” pela Rádio Bandeirantes de São Paulo. Havia na Bandeirantes um programa de esportes às cinco e meia da tarde, e o Fiore comentava sobre os times do interior, salvo engano, eram ás quartas-feiras o dia de falar da divisão em que o Tupã FC estava inserido.
Quando chegava perto do horário do programa, eu abandonava tudo que estava fazendo e corria pegar o radinho de pilha. Como o lugar era muito ruim para sintonizar as rádios de São Paulo, eu subia a serra em frente de casa, era quase uns dez minutos de caminhada. Lá chegando se sentava em baixo de um pé de ipê para ouvir as notícias do meu “glorioso” Tupã FC.
Naquele tempo, fazia grande sucesso o locutor esportivo Fiori Giliote.
Ele comandava a “cadeia verde amarela” pela Rádio Bandeirantes de São Paulo.
Havia na Bandeirantes um programa de esportes às cinco e meia da tarde, e o Fiore comentava sobre os times do interior, salvo engano, eram ás quartas-feiras o dia de falar da divisão em que o Tupã FC estava inserido.
Quando chegava perto do horário do programa, eu abandonava tudo que estava fazendo e corria pegar o radinho de pilha. Como o lugar era muito ruim para sintonizar as rádios de São Paulo, eu subia a serra em frente de casa, era quase uns dez minutos de caminhada.
Lá chegando se sentava em baixo de um pé de ipê para ouvir as notícias do meu “glorioso” Tupã FC. Muitas lágrimas desciam pela face quando ouvia o Fiori falar:
__ aguenta coração, e o Tupã foi bem no final de semana, venceu o time da Penapolense por três a zero.
“As lágrimas eram de felicidade pela vitória do time e de saudade da terrinha”.
Depois que ouvia as notícias do Tupã, desligava o rádio e descia morro abaixo para levar a informação aos demais irmãos, que assim como eu, sentiam muitas saudades da nossa terra do índio.
Naquele resto de tarde ali na fazenda, o assunto era só o Tupã FC. Quando eu dizia que a renda tinha sido uma das melhores do interior, meus irmãos não se aguentavam de felicidade.
A gente ficava imaginando o Alonsão repleto; será que foram torcedores de Penápolis?
Deve ter ocorrido o maior quebra-pau, comentávamos entre nós. A gente ficava se perguntando quem dos amigos teria ido ao Estádio, o Roberto, o Édmo, o Nenê (Osvaldo, pai do goleiro Gilson), eram alguns dos nossos amigos.
Relembrando o nosso tricolor e o grande Fiore Giliote, me veio à mente a primeira vez que falei em uma emissora de rádio.
Foi no programa Gilson Vidal da Rádio Dirceu de Marília. Havia um concurso para escolher quem melhor narrasse uma partida de futebol. Narrando um jogo imaginário, entre Corinthians e Flamengo (quatro minutos) imitando justamente o meu ídolo Fiore Giliote, ganhei o primeiro lugar do concurso. O prêmio, um belíssimo rádio AM e FM, coisa rara na época, pois Tupã ainda não possuía estação de FM. “Não fosse a minha timidez de falar em público, talvez o rádio tupãense tivesse ganhado mais um grande narrador esportivo, assim como o Izaque Ferreira e o Osvaldo Maciel”.
Assistindo a longa e solitária agonia porque passa o Tupã FC, surge uma pergunta que não quer calar:
Quem será lembrado no futuro como o coveiro do nosso querido Tricolor da Alta Paulista?
Havia na Bandeirantes um programa de esportes às cinco e meia da tarde, e o Fiore comentava sobre os times do interior, salvo engano, eram ás quartas-feiras o dia de falar da divisão em que o Tupã FC estava inserido.
Quando chegava perto do horário do programa, eu abandonava tudo que estava fazendo e corria pegar o radinho de pilha. Como o lugar era muito ruim para sintonizar as rádios de São Paulo, eu subia a serra em frente de casa, era quase uns dez minutos de caminhada.
Lá chegando se sentava em baixo de um pé de ipê para ouvir as notícias do meu “glorioso” Tupã FC. Muitas lágrimas desciam pela face quando ouvia o Fiori falar:
__ aguenta coração, e o Tupã foi bem no final de semana, venceu o time da Penapolense por três a zero.
“As lágrimas eram de felicidade pela vitória do time e de saudade da terrinha”.
Depois que ouvia as notícias do Tupã, desligava o rádio e descia morro abaixo para levar a informação aos demais irmãos, que assim como eu, sentiam muitas saudades da nossa terra do índio.
Naquele resto de tarde ali na fazenda, o assunto era só o Tupã FC. Quando eu dizia que a renda tinha sido uma das melhores do interior, meus irmãos não se aguentavam de felicidade.
A gente ficava imaginando o Alonsão repleto; será que foram torcedores de Penápolis?
Deve ter ocorrido o maior quebra-pau, comentávamos entre nós. A gente ficava se perguntando quem dos amigos teria ido ao Estádio, o Roberto, o Édmo, o Nenê (Osvaldo, pai do goleiro Gilson), eram alguns dos nossos amigos.
Relembrando o nosso tricolor e o grande Fiore Giliote, me veio à mente a primeira vez que falei em uma emissora de rádio.
Foi no programa Gilson Vidal da Rádio Dirceu de Marília. Havia um concurso para escolher quem melhor narrasse uma partida de futebol. Narrando um jogo imaginário, entre Corinthians e Flamengo (quatro minutos) imitando justamente o meu ídolo Fiore Giliote, ganhei o primeiro lugar do concurso. O prêmio, um belíssimo rádio AM e FM, coisa rara na época, pois Tupã ainda não possuía estação de FM. “Não fosse a minha timidez de falar em público, talvez o rádio tupãense tivesse ganhado mais um grande narrador esportivo, assim como o Izaque Ferreira e o Osvaldo Maciel”.
Assistindo a longa e solitária agonia porque passa o Tupã FC, surge uma pergunta que não quer calar:
Quem será lembrado no futuro como o coveiro do nosso querido Tricolor da Alta Paulista?
Morte e Vida Tricolor
Reviewed by ELIO SILVA
on
10/09/2019
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