Hoje, manhã de 27 de novembro de 2018, já descansado com a noite de sono, eu acordei bem cedo. Os meus galos e os galos dos meus vizinhos exibiam seus cantos por todos os lados e, entre cantos e silêncio, ainda deitado senti minha amada aproximar-se de mim, cheirar meu pescoço e abraçar-me, ficou ali por alguns instantes como se conversasse com Deus a respeito de nossas vidas (acho que queria me parabenizar naquela hora, mas eu fiquei quieto por alguns segundos e, como estava desperto resolvi me mostrar acordado, peguei o celular e resolvi dar uma “zapeada” ; logo de imediato notei a sua linda postagem de feliz aniversário e respondi com outra agradecendo. Notei que agora era ela quem estava quietinha talvez decepcionada porque nada eu disse. Mensagem respondia, então voltei-me para ela e disse se ela queria que eu lesse a resposta, o que ela res-pondeu afirmativamente de pronto (viram? eu tinha razão, ela só estava quietinha aguardando uma manifestação da minha parte), então me abraçou e a viva voz me desejou as bênçãos de Deus e um feliz aniversário.
Ainda deitado, sem sono, entre os cantos e o silêncio da madrugada, me coloquei a pensar; lembrei-me de minha mãe em seus últimos dias e de como ela resistia em tirar um bom e profundo sono. Com Dona Linda, como todos a conheciam era assim:
"Ela dormia uma noite e ficava três noites sem dormir".
Nós, seus filhos, ficávamos perturbados com essa atitude, pois achávamos que o melhor para ela seria dormir e descansar a sua cabecinha branca já castigada pelo mal de Alzheimer.
Numa tarde de setembro deste ano, cheguei na sua casa e a encontrei em sono profundo, até assustador, e daquele sono só abriu seus olhos na sua última hora.
Numa tarde de setembro deste ano, cheguei na sua casa e a encontrei em sono profundo, até assustador, e daquele sono só abriu seus olhos na sua última hora.
Hoje, dia do meu aniversário, passados três meses, entendi o que se passava com ela, a minha mãe buscava por viver o máximo que pudesse os seus dias, talvez com medo de que o inevitável a todos nós chegasse para ela. Pensando nisso, chamei por minha amada e nos levantamos, comentei o assunto com ela e seguimos nosso dia.
Finalizando, de tudo o que pensei, cheguei a seguinte conclusão:
"O que nos resta desta vida é agradecer a Deus por tudo que nos oferece e amar aqueles que nos amam, viver bem com todos os nossos amigos e, assim como a minha mãe, dormir apenas o suficiente, pois vive mais quem dorme menos".
Viver Mais
Reviewed by ELIO SILVA
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11/27/2018
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Que Deus abençoe para sempre essa linda união. que a paz e a concórdia sejam vossas companheiras até quando com cabelos brancos e passos lentos possam se darem as mãos.
ResponderExcluirE assim, juntos, um suporte do outro, possam ver as luzes lentamente se apagarem.