Mercado Financeiro IX

Calculadora, Cálculo, Seguro, Finanças, Contabilidade
Base monetária

O Banco Central não controla diretamente a quantidade de moeda em circulação na economia. O que ele controla é a chamada base monetária, composta pelo papel-moeda em poder do público e pelas reservas (compulsórias e voluntárias) que os bancos mantêm junto ao Banco Central.
Depósitos compulsórios são recolhimentos obrigatórios de recursos que as instituições financeiras fazem junto ao Banco Central do Brasil (BCB).
São considerados instrumentos de política monetária, mas são utilizados também como instrumentos de preservação da estabilidade financeira.
Os depósitos compulsórios produzem os seguintes efeitos sobre as condições monetárias:
Influenciam o multiplicador monetário, ampliando ou reduzindo o volume de recursos que os bancos podem transformar em crédito para a economia e, dessa forma, controlam a expansão dos agregados monetários. Elevam a demanda previsível por reservas bancárias, o que assegura mais eficiência ao Banco Central em sua atuação no mercado monetário.
No Brasil, os percentuais de recolhimento do depósito compulsório têm sido definidos pelo Banco Central com o intuito de preservar a estabilidade e a solidez do Sistema Financeiro Nacional, permitindo crescimento sustentado do crédito. Os efeitos dos recolhimentos compulsórios são considerados pelo Copom, ao proceder às decisões de política monetária.
Agregados monetários:
Saiba o que são e conheça 4 exemplos diferentes.
Um conceito que está muito presente no mercado de capitais é o de agregados monetários.
Os investidores se envolvem diretamente com os agregados monetários, sobretudo com os de menor liquidez. Agregados monetários são classificações de ativos financeiros de acordo com liquidez dada pelo Banco Central. O agregado mais líquido de todas é o papel moeda que está em circulação na economia. Os demais agregados também exercem algumas das funções da moeda, embora em alguns casos em menor medida.
O principal agregado monetário é a moeda

As 3 principais funções da moeda são:

Servir como meio de troca (compra e venda de mercadoria).
Reserva de valor:
Uma moeda deve servir como reserva de valor. Ou seja, os indivíduos devem poder guardar uma moeda(dinheiro) com a confiança de que ela continuará a valer no futuro.
Para isso é importante que a economia do país se desenvolva e a inflação se mantenha sobre controle.
É extremamente raro que as pessoas utilizarem uma reserva de valor na forma de papel moeda. Para isso as pessoas tendem a realizar investimentos, tais como a caderneta de popança e depósitos bancários. Justamente por isso surgiu a necessidade de classificar os agregados monetários com base em sua liquidez.
Os 4 grandes tipos de agregados monetários

M1, M2, M3, M4
O M1, também conhecido como base monetária, diz respeito à soma de todo o papel moeda da economia mais os depósitos bancários à vista.



O M2 é o M1 acrescido dos depósitos a prazo no mercado bancários. Tais como os CDBs.



O M3 inclui o M2 mais as aplicações em fundos de renda fixa e os títulos públicos de alta liquidez.
O M4 inclui o M3 mais os demais títulos presentes no mercado. Tais como alguns títulos privados e os demais títulos públicos.
Reconhecer os agregados monetários e monitorar a sua quantidade na base monetária é essencial para o exercício da política monetária por parte do Banco Central. É baseado nesse princípio que o Sistema Financeira Nacional alerta o país para o risco do alto endividamento econômico.
Por outro lado, como visto anteriormente, a quantidade de moeda da economia é composta por papel-moeda em poder do público e depósitos à vista.
Em geral, a quantidade de depósitos à vista é maior do que a quantidade de reservas dos bancos.
De onde, então, surge o restante da moeda em circulação?
A resposta para essa pergunta reside na capacidade de criação de moeda que o sistema bancário, como um todo, possui.
Suponha que cada pessoa mantenha metade da moeda em sua posse sob a forma de depósitos à vista e que os bancos mantenham metade dos depósitos à vista recebidos sob a forma de reservas.
Suponha que Pedro deposite R$ 120,00 no banco A. Esse banco irá manter R$ 60,00 em reservas e emprestar os outros R$ 60,00.  Para João. Mas a história não termina aí.



João, que recebeu esses R$60 emprestados, depositará R$30 num outro banco B que, por sua vez, emprestará R$15 para outra pessoa. Maria então recebe esses R$15 como empréstimo, coloca R$7,50 em um depósito à vista no banco C, que vai emprestar metade disso para outra pessoa, e assim por diante.
Se esse processo for repetido indefinidamente, a quantidade de depósitos à vista criados ao fim do processo não serão somente os R$120 originais de Pedro, mas sim a soma dos depósitos de Pedro, João, Maria e de todos os outros que posteriormente receberem a moeda: R$120 + R$30 + R$7,50... = R$160! Em suma, os R$120 em papel moeda do início da história foram transformados em R$160 em depósitos à vista, de modo que R$40 foram criados ao longo do processo.
A capacidade de criação de moeda do sistema bancário é medida pelo chamado multiplicador monetário. Por exemplo: se a base monetária é de R$1 bilhão e o multiplicador monetário é igual a 2, então a quantidade total de moeda será de R$2 bilhões (2 x R$1 bilhão). O multiplicador monetário de uma economia será maior quanto maior for a proporção da moeda mantida junto aos bancos na forma de depósitos à vista, e quanto menor for a proporção de reservas mantidas pelos bancos.
Por quê? Quando as pessoas mantêm uma fração elevada de sua moeda na forma de depósitos à vista, elas propiciam mais recursos ao setor bancário, que pode utilizá-los para fazer mais empréstimos, criando assim, mais moeda. E quando os bancos mantêm uma fração pequena dos depósitos como reservas, eles também têm mais recursos para emprestar, gerando um volume maior de depósitos à vista e, portanto, moeda.

Outros instrumentos de política monetária
Além das operações de mercado aberto, o Banco Central tem outras duas ferramentas para a implementação de política monetária: a taxa de redesconto e o compulsório.
Além de tomar empréstimos overnight, um banco também pode recorrer diretamente a empréstimos junto ao Banco Central, a uma taxa maior que a SELIC. Essa é a chamada taxa de redesconto. O Banco Central é o chamado emprestador em última instância: se um banco não consegue tomar emprestado dos outros bancos no overnight, ele pode recorrer ao Banco Central, mas paga uma taxa mais alta por isso. Ao reduzir a taxa de redesconto, o Banco Central incentiva a tomada de empréstimos por parte dos bancos, desse modo injetando moeda na economia. Por outro lado, o aumento da taxa de redesconto desestimula esse tipo de empréstimo, diminuindo assim a criação de moeda.
Uma taxa de redesconto mais alta também desestimula os bancos não se arriscar a ficar sem reservas ao final do dia. Para evitar essa situação eles voluntariamente manterão mais reservas. Como vimos, isso reduz o multiplicador monetário e o processo de geração de moeda dentro dos bancos.
O Banco Central também pode alterar a proporção de reservas compulsórias que os bancos são obrigados a ter. Mais uma vez, quanto maiores forem as reservas mantidas pelos bancos, menor será o multiplicador monetário do sistema bancário. Logo, a elevação do compulsório tende a retirar moeda da economia, enquanto a sua redução tente a aumentá-la.
É importante ressaltar, porém, que o multiplicador monetário depende da quantidade total de reservas, compulsórias e voluntárias, de modo que variações no compulsório podem ter seu efeito diminuído ou mitigado por alterações nas reservas voluntárias. Por exemplo: se o compulsório foi elevado de 20% para 25% e as reservas voluntárias se reduziram de 10% para 5%, não há efeito algum no multiplicador monetário e tampouco na quantidade de moeda da economia.
Assim esse intrincado mercado tem inúmeros instrumentos de controle do dinheiro para manter da melhor forma possível o equilíbrio entre oferta e procura por crédito, controle da inflação, taxa de juros etc.
Por Aparecida Coslop em 13/06/2019
Nota:
Aparecida Coslop é  Funcionária Pública Aposentada (Est. S.Paulo,  e-mail: acoslop8@gmail.com) e Colaboradora  Voluntária do Tupã mosaico Filosófico.
- Fotografias: Internet
Texto cedido pela autora
Mercado Financeiro IX Mercado Financeiro IX Reviewed by ELIO SILVA on 1/16/2020 Rating: 5

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