Minha Terra, Nossa Gente
O poeta chileno Pablo Neruda, em seu livro “Confesso que
Vivi”, escreve: não posso viver se não em minha própria terra. “Não posso viver
sem pôr os pés, as mãos e o ouvido nela, sem sentir a circulação de suas águas
e de suas sombras, sem sentir como minhas raízes buscam em seu barro pegajoso
as substâncias maternas”.
Tenho o privilégio de assistir aqui do alto do Edifício
Cinquentenário o despontar de cada manhã na nossa estância. E assim há mais de
vinte e dois anos.
Aos poucos o brilho das lâmpadas dá lugar aos raios do nosso astro
rei, que surge impotente lá pelos lados da Unesp.
O silêncio da madrugada cede lugar ao burburinho da gente
apressada que passa para lá e para cá pisando nos leões que enfeitam as
calçadas da nossa principal avenida. Muitos nem notam os enfeites leoninos, que
homenageiam o fundador da cidade, Luiz de Souza Leão.
Ouvindo os depoimentos de algumas pessoas pioneiras, nesse mês de
aniversário da cidade, fico devaneando como seria a nossa Tupã naqueles tempos
que longe vão.
Na tela da imaginação, vejo crianças de calças curtas correndo para
lá e para cá atrás de uma bola de meia. Homens bigodudos com seus ternos,
parados em frente aos poucos prédios da época conversando sobre os mais
variados assuntos, quem sabe comentando sobre suas lavouras, ou falando de uma
chuva que caiu, deixando as barrentas estradas daquela época quase
intransitáveis.
Vejo mulheres com suas enormes saias, lavando roupas em uma vasca
ou tina no fundo do quintal.
Pássaros pretos, sabiás, tico-ticos, tizius, coleirinhas, cruzando
os céus de uma cidade ainda cercada da mata.
Nos meus devaneios, vejo a velha jardineira, daquelas com
bagageiro em cima, subindo a Tamoios, deixando para trás uma enorme nuvem de
poeira.
Voltando à realidade dos dias atuais, o que se nota é que as
transformações ocorrem de maneira tão sutil, que muitos de nós nem percebemos
essas mudanças. É um prédio novo aqui, uma reforma ali, e a cidade vai se
transformando aos poucos, sem que a gente que vive por aqui se dê conta disso.
Vez ou outra tenho a mania de me colocar no lugar de um forasteiro
para observar a cidade como se estivesse vendo-a pela primeira vez. Não sei se
são meus olhos ou o meu coração que fala mais alto. Mas olhando aqui do alto do
Edifício Cinquentenário a nossa cidade é muito bonita.
Ao contrário dos grandes centros, onde a cor cinza de prédios
velhos e malconservados predomina, na nossa Estância Turística o colorido das
casas e prédios comerciais deixa a paisagem alegre e bonita. Nossas ruas, a
Praça da Bandeira, a espaçosa Avenida Tamoios, são de causar inveja a muitas
cidades por aí. “A única coisa que deixa a desejar é o emaranhado de fios que
corta nossa avenida. Ficaria mil vezes melhor se fossem subterrâneos”.
Para mim, esse é o melhor pedaço de chão do mundo. Não sei se são meus olhos ou meu coração, só sei que você é linda, a começar pelo nome tão imponente e majestoso. Tupã... essa é minha terra, em cada canto uma praça, em cada quadra o verde. Os riachos tão límpidos, a água gostosa e cristalina. Seus campos verdejantes têm de tudo um pouco, seringais, mandiocais, cafezais, amendoins e pastagens. “Sua gente... é uma riqueza especial, pois a beleza vem da alma, do amor fraterno sem igual”. Tamoios, Aimorés e Caetés são algumas ruas que homenageiam nossos índios. Casas coloridas, povo alegre; Tupã dos imigrantes, recebeu com braços abertos nossos irmãos estrangeiros, portugueses, italianos, japoneses, espanhóis e os letos. Assim é minha estância, pedaço de chão tão brasileiro. Obrigado Tupã por ter sido meu berço natal. Tupã, você é linda.
Para mim, esse é o melhor pedaço de chão do mundo. Não sei se são meus olhos ou meu coração, só sei que você é linda, a começar pelo nome tão imponente e majestoso. Tupã... essa é minha terra, em cada canto uma praça, em cada quadra o verde. Os riachos tão límpidos, a água gostosa e cristalina. Seus campos verdejantes têm de tudo um pouco, seringais, mandiocais, cafezais, amendoins e pastagens. “Sua gente... é uma riqueza especial, pois a beleza vem da alma, do amor fraterno sem igual”. Tamoios, Aimorés e Caetés são algumas ruas que homenageiam nossos índios. Casas coloridas, povo alegre; Tupã dos imigrantes, recebeu com braços abertos nossos irmãos estrangeiros, portugueses, italianos, japoneses, espanhóis e os letos. Assim é minha estância, pedaço de chão tão brasileiro. Obrigado Tupã por ter sido meu berço natal. Tupã, você é linda.
Minha Terra, Nossa Gente
Reviewed by ELIO SILVA
on
1/14/2019
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Lindo o amor por sua cidade. É seu paraíso que o acolhe a cada amanhecer.
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