A Origem do dinheiro e o
combate a inflação no Brasil
Pataca
Moeda portuguesa de prata, com o valor circulatório de 320
réis, emitida até o século XIX. O nome originou-se das patacas mexicanas (8
reais mexicanos). As patacas foram as moedas que por mais tempo circularam no
Brasil. A série era composta por moedas de 20, 40, 80, 160, 320 e 640 réis. O
valor de 320 réis – pataca – deu nome à série de patacas.
Meia-pataca
A moeda de 160 réis, da série de patacas, está na origem da
expressão popular de meia-pataca (320 réis = 1 pataca; 160 réis = 1/2 pataca),
que designa alguma coisa de pouco valor ou de má qualidade. "Isso não vale
meia-pataca!" corresponde a "isso não vale nada!".
Patacão
Em Portugal, era a moeda portuguesa de cobre de 10 réis, de
D. João III. No Brasil, ficou muito popular esse nome para as moedas de 960
réis, inicialmente cunhadas sobre moedas de 8 reales das colônias e
posteriormente produzidas oficialmente pelas Casas da Moeda do Rio de Janeiro e
da Bahia entre 1810 e 1834. 960 réis são 3 patacas, um verdadeiro patacão. No
Rio Grande do Sul, os colecionadores chamam de patacão à moeda de 2$000, do
Império.
Homenagem a Santos Dumont
Voando para o Mangue
Essa denominação é conhecida somente pelos cariocas. A
última moeda de prata, de circulação comum, homenageia Santos Dumont com uma
asa emplumada aberta pronta para voar.
Dobrão
Em filmes de piratas é comum mencionar tesouros abarrotados
de dobrões de ouro. Navios espanhóis, carregados de ouro, eram afundados pelos
piratas que roubavam a carga e enterravam as arcas repletas de moedas de ouro
em ilhas desertas. O acesso ao tesouro só era possível tendo-se em mão o
"mapa do tesouro" onde o X indicava sua localização.
No Brasil, foi cunhado inicialmente pela Casa da Moeda de
Vila Rica, de Minas Gerais, entre 1724 e 1727, pesava cerca de 54 gramas de
ouro puro. De valor facial de 20.000 réis, o valor real podia chegar a 24.000
réis. Foi a moeda de maior valor em circulação na sua época e representou a
abundância de ouro de
Minas Gerais.
Moeda atualmente em
uso no Brasil.
Moedas de 1 real: Até 1999, anel em alpaca (liga de níquel + cobre + zinco) e miolo em
cuproníquel (cobre e níquel).
De 2002 em diante, anel em aço (liga de
ferro e carbono) revestido de bronze (liga de cobre e estanho) e miolo em aço inoxidável (liga de ferro e cromo).
REAL: Período Colonial até 07/10/1833. Era
conhecido popularmente como Réis.
MIL RÉIS: Vigorou a partir do Segundo Império.
Vigorou de 08/10/1833 a 31/10/1942.
CRUZEIRO: Em 1942, com a inflação durante a 2ª
Guerra, o Real vira Cruzeiro e 3 zeros são cortados. Vigorou 01/11/42 a
12/02/67.
CRUZEIRO NOVO: Com a inflação, o poder de compra
do Cruzeiro diminui muito e mais 3 zeros são cortados. Vigorou de 13/02/67 a
14/05/70.
CRUZEIRO: Em 1970 o Cruzeiro Novo volta a ser
chamado de Cruzeiro. Vigora de 15/05/70 a 27/02/86.
CRUZADO: Em 28 de fevereiro de 1986 o
Plano Cruzado corta 3 zeros da moeda e o Cruzeiro passa a se chamar
Cruzado. Vigora de 28/02/86 a 15/01/89.
CRUZADO NOVO: Em janeiro de 1989, o Plano Verão
congelou os preços, cria o Cruzado Novo com o corte de 3 zeros. Vigorou
16/01/89 a 15/03/90.
CRUZEIRO: Em março de 1990, o então
presidente Collor bloqueia as aplicações financeiras e a moeda volta a ser
o Cruzeiro. Vigorou de 16/03/90 a 31/07/93.
CRUZEIRO REAL: Em agosto de 1993, a moeda fica
sem 3 zeros novamente e o Cruzeiro passa a ser Chamado Cruzeiro Real. Nos 11
meses de sua existência, o cruzeiro real acumulou uma inflação de 3.700%.
Vigorou de 01/08/93 a 30/06/94.
REAL: Em julho de 1994, o presidente Itamar
Franco cria o Real, cujo plural é Reais. Antes que entrasse em circulação,
passou vigorou uma unidade de conta, não de troca, chamada URV - Unidade Real
de Valor, com variação diária. A economia era estimulada a usá-la como
referência. Quando a URV chegou a 2.750 cruzeiros reais, a nova moeda, REAL,
entrou em vigor. Passou a vigorar em 01/07/94.
A inflação mensal até a entrada da URV em vigor.
A partir dessa data só houve um desequilíbrio no Governo
Dilma, retornando aos patamares anteriores após seu impeachment, já no governo
Temer.
Acesse o link e veja a tabela progressiva da URV.
http://www.yahii.com.br/Urv.pdf
O grande papel da
URV era garantir uma estabilização dos valores dos produtos, funcionando como
uma referência de preços, embora ela sofresse uma variação diária.
Desse modo, quando a URV chegou, ela veio vinculada à taxa de câmbio, pois era
uma unidade de valor protegida contra a inflação, tornando-se uma moeda
estável.
A URV era uma moeda
escritural, o que em outras palavras significa que ela não existia fisicamente.
Ou seja, ela só foi de fato substituída pelo Real no dia 1° de julho de 1994.
No momento da conversão das moedas, CR$ 2.750, o último valor da URV, tornou-se
o equivalente a R$ 1, (Um Real)
Só depois do real
estabilizado foi desvinculado do dólar, e, então, começou a flutuação do
câmbio, mas estabilidade do Real.
ITAMAR FRANCO: esse presidente foi tenaz na busca de algo
que debelasse uma inflação galopante.
Itamar Franco foi o
33º presidente do Brasil
29 de dezembro de
1992 a 1º de janeiro de 1995
Itamar Augusto Cautiero Franco, morreu em São Paulo, em
decorrência de um acidente vascular cerebral, no dia 2 de julho de 2011.
Sozinho, sem reconhecimento do seu grande valor ao debelar a inflação
brasileira no seu governo.
É doloroso constatar como as pessoas de valor são facilmente
esquecidas ou ignoradas.
Itamar Franco foi engenheiro, político
brasileiro, prefeito de Juiz de Fora, senador, governador do Estado de Minas
Gerais e o 33º presidente do Brasil. Seu legado inclui sua
vitoriosa participação na iniciativa para equilíbrio da crise de hiperinflação
que assolou o Brasil por décadas. Assumiu a Presidência de República após o
Presidente Collor ser afastado por processo de impeachment.
Ministros da Fazenda
no governo Itamar
Gustavo Krause
Gonçalves Sobrinho - assumiu o Ministério da Fazenda durante o Governo Itamar
Franco. Tomou posse em 2 de outubro de 1992 e deixou o ministério em 16 de
dezembro de 1992, ficando apenas dois meses no cargo.
Paulo Roberto Haddad
- foi Ministro da Fazenda do Brasil durante a presidência de Itamar
Franco de 16 de dezembro de 1992 até 1 de março de 1993.
Eliseu Resende –
Ministro da Fazenda do Brasil em 1993, entre
os mandatos de Paulo Roberto Haddad e Fernando Henrique Cardoso.
Fernando Henrique
Cardoso - em 19 de maio de 1993, Fernando Henrique Cardoso foi nomeado para
o cargo de Ministro da Fazenda pelo Presidente Itamar Franco, assumindo perante
o país o compromisso de acabar com a inflação, ou pelo menos reduzi-la. Itamar
já havia realizado três trocas no comando do ministério em apenas sete meses.
Itamar não aceitava a corrosão do dinheiro pela inflação. Haveria de ter alguém
capaz de debelar esse flagelo. Devido a hiperinflação que chegou a 2400 por
cento em 1993, o Ministério da Fazenda era o cargo de maior visibilidade do
governo. Para combater a inflação, foi convocada pelo presidente uma equipe de
economistas novos e experientes, dela fizeram parte Pérsio
Arida, Armínio Fraga, André Lara Resende, Gustavo
Franco, Pedro Malan, Edmar
Bacha, Winston Fritsch, entre outros.
Rubens Recupero (foi
o sucessor de Fernando Henrique Cardoso)
Foi o ministro da fazenda de 30 de março a 6 de
setembro de 1994, durante o período de implantação do Plano Real. Encaminhou, em 30 de
junho de 1994, ao presidente a exposição de motivos que criou o Plano
Real, um plano de estabilização econômica idealizado por uma equipe de
economistas convidada pelo Presidente: faziam parte Pérsio Arida, André Lara Rezende, Gustavo Franco, Pedro Malan, Edmar
Bacha, Clovis Carvalho, Winston Fritsch, entre outros.
Esse plano havia sido gestado por Pérsio Arida e André Lara
Rezende ainda nos anos de 1980, no tempo de academia.
A ideia era criar uma moeda fictícia que chamasse para si a
inflação da moeda em vigor.
Essa moeda não seria palpável, mas uma unidade de valor que
faria a “limpeza” para a troca de moeda sem que essa moeda levasse consigo a sombra
nefasta da inflação.
Estava criada a URV (Unidade Real de Valor).
O plano chamava-se Plano Arida-Rezende e foi a base do Plano
Real.
Juntos, esses economistas, criaram um plano engenhoso que
salvou a economia brasileira da hiperinflação.
É um plano duradouro que deu estabilidade ao país e
tranquilidade aos trabalhadores. Desde sua criação não é mais necessário correr
ao mercado ou à loja antes da corrosão do valor do dinheiro pela inflação.
Ciro Ferreira Gomes -
Em setembro de 1994, Ciro Gomes assumiu o Ministério da Fazenda, na
presidência de Itamar Franco. Nesse período, participou da implantação e
estabilização do Plano Real.
Quem nasceu na década de 1990 é uma pessoa de sorte. Não
conviveu com o drama da hiperinflação.
Há 25 anos surgia a moeda que transformou a economia
brasileira ao interromper a espiral inflacionária que tomou conta do país a
partir da década de 1980 e que obrigou a população a conviver com reajustes
diárias de preços e as empresas a recorrer à ciranda financeira para preservar
o valor do dinheiro. Depois do congelamento de preços, confisco da poupança e
vários cortes de zero nas moedas (cruzado, cruzado novo, cruzeiro e cruzeiro
real) que entraram em vigor nas seis tentativas frustradas de estabilizar a
economia, o real começou a circular em 1º de junho de 1994.
O Plano Real acabou com a distorção da correção monetária
(com preços indexados à inflação, os reajustes eram realimentados e para
conservar o poder do dinheiro ele era corrigido monetariamente).
Ao Presidente Itamar Franco por sua perseverança na busca de
um meio para debelar a inflação que penalizava grandemente os mais pobres, e, aos
criadores do Plano Real cabe o tributo de cada brasileiro. A criação e
manutenção do plano deu outra cara para a economia do país.
- Wikipédia
- Joias de época
- Jornal o Estado de Minas Gerais
- O Dinheiro no Brasil
- Moedas do Brasil
- Suno
- Joias de época
- Jornal o Estado de Minas Gerais
- O Dinheiro no Brasil
- Moedas do Brasil
- Suno
A Origem do dinheiro IV
Reviewed by ELIO SILVA
on
5/02/2019
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