Estratificação da Sociedade Perante o Mercado Financeiro.


              Estratificação da Sociedade perante o Mercado Financeiro.


Estratificação, em Sociologia, é o processo de diferenciação das diversas camadas sociais que compõem uma sociedade.
Agrupadas a partir de suas relações e dos valores culturais, o que vem a constituir sua separação em classes, estados ou castas.
É também a operação que, em uma sondagem estatística, consiste em distribuir previamente por estratos determinados o conjunto que quer se estudar.
A sociedade brasileira se divide em classe, não em castas.
O conceito de classe é mais útil para entender a estratificação social brasileira. Ele é mais abrangente do que castas, sistema adotado na Índia.
No Brasil não se considera que o desempregado ou o subempregado, cuja renda não é suficiente para o custeio da família, esteja fora da sociedade.
Todos os indivíduos estão inseridos em uma classe, na sociedade brasileira
Extratos sociais inclui a perspectiva cultural, além dos interesses econômicos.
Os extratos constituem-se por membros de diversas redes e instituições de poder, cada uma apresentando sua própria cultura e determinado estilo de vida.
Elas tendem a dar a seus integrantes determinadas atitudes para com a autoridade, a organização e a política.
Permitem ilustrar melhor a complexidade social de toda nossa História do que o simplista modelo de “nós” os pobres “eles” os ricos.

O resumo, em números, a estratificação social no Brasil.


Os extratos sociais conforme a renda em 2013. Fonte: Data Folha
 No Brasil, em uma população economicamente ativa em torno de 100 milhões de pessoas, 9 milhões aplicam no mercado financeiro e recebem também renda do capital.
Isso corresponde, em grande parte, ao mesmo número de pessoas que tem formação universitária completa.

Desses aplicadores, muitos tem mestrado ou doutorado.
Pelos cálculos da OCDE, um adulto com idade entre 25 e 64 anos que termina o ensino superior, no Brasil, receberá em média 157% mais renda do que quem só terminou o ensino médio. Essa média nos países da OCDE é de 57%.
“A OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico) é uma organização internacional composta por 36 países que promovem os princípios da democracia representativa e da economia de livre mercado.” 

Nos últimos 13 anos, nossa taxa média de juros real foi de 6,6% ao ano.
O Juros real é calculado tomando os juros nominais deduzindo a inflação
Juros nominais são aquelas taxas divulgadas e oferecidas pelas instituições financeiras, no ato da compra de um título prefixado público ou privado.
Juros reais são as taxas dos juros nominais, deduzidas a inflação.
Assim, nos últimos 13 anos, nossa taxa de juros real esteve em 6,6% ao ano, cinco vezes maior do que o aumento anual do salário médio real, isto é, da renda do trabalho (1,3% aa).
Dessa forma a renda do trabalho cresceu 1,3% ao ano, enquanto, quem aplica no Mercado Financeiro recebeu como juros do seu capital o 6,6% ao ano, sobre o total do seu investimento.
Reconhecendo essa discrepância de trajetória entre o crescimento do poder de compra do salário em relação aos juros médios real, de 0,5% os profissionais com ensino superior estabeleceram uma estratégia de complementar sua Previdência Social.
Com investimento perseverante de 20% de sua renda mensal, em 360 meses (30 anos) eles já obtêm renda do capital equivalente à renda do trabalho.

Isso é um investimento imensamente mais vantajoso que recolher para os cofres públicos, pois não sabemos como ele estará daqui a 18 ou 20 anos. Mas se o povo em geral, não só os profissionais mais qualificados fizerem essa poupança, haverá ao final de 20 anos, uma gama de brasileiros felizes e independentes daquilo que a aposentadoria poderá lhes ofertar.
Nesse link a calculadora de juros real
Tome como exemplo a taxa do Tesouro Selic na data de hoje 20/05/2019. (6,5%aa).
Tome a taxa de inflação de (4,95% aa, no mês atual)
O juro real é de 1,48% ao ano.
Nota a inflação é medida mensalmente pelo IBGE e anualizada.
O Tesouro Prefixado 2022 cuja taxa está em 7,64% ao ano, nessa data, e tendo em vista que se investidor mantiver o título em seu poder até o vencimento, essa taxa será mantida, temos que os juros reais serão de 2,56% ao ano (considerando que a taxa de inflação vai se manter constante)
Agora tomemos como base o rendimento da poupança 4,55%aa.
O aplicador em poupança tem um prejuízo sobre seu capital de
-0,38%aa se a taxa de inflação se mantiver constante.
A medida que subir a taxa de inflação aumentará o prejuízo dos poupadores, na modalidade poupança.

Os títulos privados pagam uma porcentagem da taxa DI.
A taxa DI está na presente data em 6,4% ao ano. Normalmente o valor do rendimento dos títulos prefixados privados é menor que os títulos do Tesouro Direto.
Voltemos ao assunto principal...
A classe média se distingue da maioria da população brasileira em investimentos financeiros.
Em março de 2015, 8.940.787 pessoas (descontando dupla contagem de CPFs) investiam em fundos e títulos e valores mobiliários (ações, títulos públicos e privados).
A média de cada investidor era de R$ 79.299,53.
Enquanto isso, eram cerca de 98 milhões de depositantes de poupança.
Desses poupadores 11,6 milhões tinham a média individual de R$ 6.690,33.
O restante deles, 86,4% do total de clientes tinham depósitos em média de R$ 481,79, ou seja, a grande maioria das cadernetas de poupança tinha apenas uma espécie de saldo, não verdadeiramente uma poupança.

O topo dos investidores, pessoas físicas, era constituído de 57.919 clientes de Private Banking.
A média per capita de investimentos financeiros dessa classe era de R$ 11.507.492,23.
“Private banking são serviços bancários e financeiros destinados a clientes privados com grande volume de aplicações financeiras, detentores de grande patrimônio. Os serviços oferecidos a esses clientes são, entre outros: consultoria sobre investimentos.” 

Os super-ricos no Brasil, representam só 0,3% do total de contribuintes do IR ou 0,05% da PEA (População Economicamente Ativa) do país.
Os 71.440 indivíduos que receberam no mínimo 160 salários mínimos (R$ 126.080,00) ao mês ou R$ 1,5 milhão no ano, obtiveram renda anual média, no ano-base de 2013, de               R$ 4.170 000,00.  
Assim temos que essa classe recebe de salário 1,5 milhão e de lucro com investimentos 2,67 milhões.
Sem abater as dívidas, a média per capita de bens e direitos desta faixa mais rica atingiu R$ 17,7 milhões. Este patrimônio líquido desse reduzido grupo equivale a 22,7% de toda a riqueza em bens e direitos no DIRPF 2014/13.
No entanto, o imposto de renda pago por essa faixa de rendimento acima de 160 salários mínimos equivale apenas a 6,51% de sua renda total.
A faixa entre 20 e 40 salários mínimos (com renda anual per capita de R$ 226.273,37) é a que paga percentual maior: 11,96%.
O que impede a cobrança e o medo de incentivar a fuga de capitais.
Imposto sobre grandes fortunas quase nenhum país adota, devido ao mesmo risco de fuga. Porém, isenção sobre lucros e dividendos pagos de Pessoa Jurídica para Pessoa Física, só a Estônia, além do Brasil, concede!
Cerca de 51 mil daqueles 71 mil “super-ricos” recebem essa isenção. Deveria haver leis par que essa faixa de comerciantes-financistas dessem sua contribuição ao país.
Por Aparecida Coslop em 24/05/2019
Nota:Nota:
Aparecida Coslop é  Funcionária Pública Aposentada (S.Paulo - Capital,  e-mail: acoslop8@gmail.com)
- Fotografias: Internet
Texto cedido pela autora
- Fonte Bibliografia:
 - Carta Maior
 - Artigos e notícias
 - Brasil escola
Estratificação da Sociedade Perante o Mercado Financeiro. Estratificação da Sociedade Perante o Mercado Financeiro. Reviewed by ELIO SILVA on 5/24/2019 Rating: 5

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