Cartões de Crédito
O uso de moedas e cédulas está sendo substituído cada vez
mais por pequenos cartões de plástico.
Cartões de Crédito
Instituições financeiras, bancos e um crescente número de
lojas oferecem a seus clientes cartões que podem ser usados na compra de grande
número de bens e serviços, inclusive em lojas virtuais através da
internet.
Os cartões não são dinheiro real, simplesmente registram a
intenção de pagamento do consumidor. Cedo ou tarde a despesa terá de ser paga,
em espécie ou em cheque. É, portanto, uma forma imediata de crédito
O Cartão de Crédito surgiu nos Estados Unidos na década de
20. Postos de gasolina, hotéis e firmas começaram a oferecê-los para seus
clientes mais fiéis. Eles podiam abastecer o carro ou hospedarem-se num hotel
sem usar dinheiro ou cheque.
Mas... o que é o dinheiro?
É um meio de troca
O dinheiro é uma mercadoria universal, um meio de troca, o
dinheiro é aquilo que utilizamos na aquisição de bens e serviços. Em uma economia
moderna, baseada na divisão social do trabalho, não precisamos nos preocupar em
produzir tudo aquilo de que necessitamos. Tampouco dependemos de trocas para
satisfazer nossas necessidades, como nossos antepassados que praticavam o
escambo. O escambo exigia que houvesse sempre uma coincidência de anseios entre
as pessoas engajadas nas trocas. Se um produtor de sapatos necessitasse de
arroz, teria que encontrar alguém que produzisse arroz, e, além disso,
estivesse interessado em sapatos. O dinheiro, como mercadoria universal,
substituiu a necessidade de troca de bens. As transações passaram a ser
indiretas. Se um sapateiro necessita de arroz basta utilizar o dinheiro ganho
em sua atividade para comprá-lo diretamente em um mercado.
É Unidade de conta
Muitas coisas podem ser expressas em dinheiro. Se não as
coisas elas mesmas, mas os valores dessas coisas podem ser quantificados em
dinheiro. Esse valor é chamado preço. Certamente há coisas que o dinheiro não
compra, isto é, coisas que não são traduzíveis em dinheiro. Essa é uma questão
do campo da ética, não da economia. Mas é possível afirmar, com certo grau de
certeza, que praticamente tudo tem seu preço. Quando alguém vai numa
concessionária de veículos para comprar o carro, o vendedor lhe informa o preço
em termos monetários, não em termos de outra mercadoria, ainda que haja
mercadorias cujos preços sejam equivalentes. O mesmo vale para uma dívida. Os
balanços de uma empresa e o PIB de um país, embora representem muitos itens não
monetários, são ambos expressos em dinheiro. O dinheiro, portanto, “constitui o
padrão por meio do qual mensuramos as transações econômicas” (Mankiw, 2015, 59)”.
E uma reserva de
valor
Para os economistas, o dinheiro (ou moeda) como reserva de
valor é uma maneira de se adiar o poder de compra que se tem no presente para
um momento futuro. Essa função do dinheiro tem algumas implicações importantes.
Uma delas é a possibilidade de especulação. Se tenho dinheiro hoje para comprar
uma casa, mas o mercado imobiliário está aquecido, posso especular acerca de
uma queda de preços no futuro e guardar meu dinheiro para utilizá-lo em um
momento mais vantajoso.
Outra implicação importante é a possibilidade da perda do
valor intrínseco da moeda em decorrência da inflação. Há sempre o risco da
perda do poder de compra futuro, salvo se os recursos financeiros em dinheiro
forem mantidos sob a forma de uma aplicação financeira remunerada por juros.
Neste caso, há um prêmio pelo adiamento do uso dos recursos.
O valor do dinheiro no tempo
Economistas dizem que o dinheiro tem um valor no tempo. Esse
valor chama-se juros. O setor bancário se alimenta basicamente de juros,
sobretudo no Brasil, cujas taxas de juros estão entre as maiores do planeta.
Para todos os outros setores, inclusive as pessoas físicas, uma dívida sempre
custará dinheiro.
Mas para os bancos, um depósito será sempre uma fonte de
lucro. A principal fonte, diga-se de passagem. No final das contas, os bancos
vivem de emprestar o dinheiro dos outros. Até quando ele nos paga alguma coisa
para fazermos depósitos a prazo, a título de aplicação, ele lucra emprestando
esses valores a uma taxa muito maior do que aquela com a qual remunera os
correntistas (taxa de captação). Isso recebe o sofisticado nome de spread
bancário.
Spread bancário nada mais é que a diferença entre a captação
do dinheiro por um banco e a taxa pelo qual ele empresta esse dinheiro. O
Brasil tem a maior taxa de spread do mundo. Portando ficar devendo para um
banco é um péssimo negócio.
Vejamos um exemplo:
Se deixarmos uma conta de cheque especial a descoberto em R$
1.000,00, supondo uma taxa de 11% ao mês, por um prazo de doze meses, ao final
do período a dívida estará em R$ 3.498,00. Ao final de cinco anos, a mesma
dívida, supondo a mesma taxa de juros de 11%, será de R$ 524.057,00. É o efeito
perverso dos juros compostos. Por outro lado, se aplicarmos R$ 1.000,00 pelos
mesmos cinco anos, a uma taxa de captação de 1% ao mês, obteremos ao final do
período, em nossa conta bancária, R$ 1.816,69. A diferença entre o valor
recebido e o valor cobrado pelo banco a título de juros é de R$ 522.240,31. Os
números são assombrosos.
O dinheiro também está relacionado a tudo que faz referência
a termos e posses econômicas, como ações, títulos, bens materiais e herança
familiar.
Voltemos aos cartões...
Em 1950, o Diners Club criou o primeiro cartão de crédito
moderno. Era aceito inicialmente em 27 bons restaurantes daquele país e usado
por importantes homens de negócios, como uma maneira prática de pagar suas
despesas de viagens a trabalho e de lazer. Confeccionado em papel cartão,
trazia o nome do associado de um lado e dos estabelecimentos filiados em outro.
Somente em 1955 o Diners passou a usar o plástico em sua fabricação.
Em 1958, foi a vez do American Express lançar seu
cartão. Na época, os bancos perceberam que estavam perdendo o controle do
mercado para essas instituições, e no mesmo ano o Bank of America introduziu
o seu BankAmericard. Em 1977, o BankAmericard passa
a denominar-se Visa.
Na década de 90, o Visa torna-se o maior cartão com
circulação mundial, sendo aceito em 12 milhões de estabelecimentos.
Muitos cartões de plástico não têm poder de compra,
simplesmente ajudam a usar e a obter formas conhecidas de dinheiro. São os
cartões de débitos bancários: retiram dinheiro e fazem pagamentos em caixas
automáticos.
Outros cartões aliam as funções de compra, movimentação de
conta corrente e garantia de cheques especiais.
O comércio vem criando seus próprios cartões.
Destinados a atender a uma clientela mais fiel, eles facilitam a compra e
eliminam a burocracia na abertura de crédito.
O mais recente avanço tecnológico em termos de cartão foi o
desenvolvimento do smart
card, o cartão inteligente. Perfeito para a realização de pequenas
compras, ele vem com um chip que
pode ser carregado com uma determinada soma em dinheiro. À medida que o
portador vai gastando, seu saldo vai sendo eletronicamente descontado. Quando o
saldo acaba, o cartão pode ser carregado com uma nova quantia.
Os cartões se multiplicaram.
Hoje eles estão cada vez mais direcionados para os diversos
nichos de mercado.
São cartões de afinidade, que apoiam campanhas sociais,
ecológicas; cartões para atender jovens e universitários; ou cartões de
negócios destinados a altos funcionários de empresas.
O dinheiro, seja em que forma se apresente, não vale por si,
mas pelas mercadorias e serviços que pode comprar. É uma espécie de título que
dá a seu portador a faculdade de se considerar credor da sociedade e de
usufruir, por meio do poder de compra, de todas as conquistas do homem moderno.
A moeda não foi genialmente inventada, mas surgiu de uma
necessidade e sua evolução reflete, a cada momento, a vontade do homem de adequar
seu instrumento monetário à realidade de sua economia.
Chegamos aos dias atuais, do escambo até hoje muitos séculos
transcorreram e o homem foi modernizando sua maneira de negociar. Facilitando
sua vida em relação ao dinheiro. Só temos algumas moedas e muito pouco papel
moeda quando vamos viajar ou saímos à passeio. Agora todas nossas economias
depositadas em conta corrente estão em um cartão. A isso chamamos “dinheiro de
plástico”!
- Significado do dinheiro
- Banco Central do Brasil
A Origem do Dinheiro VII
Reviewed by ELIO SILVA
on
5/06/2019
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