A Origem do Dinheiro VII



Cartões de Crédito
O uso de moedas e cédulas está sendo substituído cada vez mais por pequenos cartões de plástico.



Cartões de Crédito

Instituições financeiras, bancos e um crescente número de lojas oferecem a seus clientes cartões que podem ser usados na compra de grande número de bens e serviços, inclusive em lojas virtuais através da internet. 
Os cartões não são dinheiro real, simplesmente registram a intenção de pagamento do consumidor. Cedo ou tarde a despesa terá de ser paga, em espécie ou em cheque. É, portanto, uma forma imediata de crédito
O Cartão de Crédito surgiu nos Estados Unidos na década de 20. Postos de gasolina, hotéis e firmas começaram a oferecê-los para seus clientes mais fiéis. Eles podiam abastecer o carro ou hospedarem-se num hotel sem usar dinheiro ou cheque.
Mas... o que é o dinheiro? 

É um meio de troca

O dinheiro é uma mercadoria universal, um meio de troca, o dinheiro é aquilo que utilizamos na aquisição de bens e serviços. Em uma economia moderna, baseada na divisão social do trabalho, não precisamos nos preocupar em produzir tudo aquilo de que necessitamos. Tampouco dependemos de trocas para satisfazer nossas necessidades, como nossos antepassados que praticavam o escambo. O escambo exigia que houvesse sempre uma coincidência de anseios entre as pessoas engajadas nas trocas. Se um produtor de sapatos necessitasse de arroz, teria que encontrar alguém que produzisse arroz, e, além disso, estivesse interessado em sapatos. O dinheiro, como mercadoria universal, substituiu a necessidade de troca de bens. As transações passaram a ser indiretas. Se um sapateiro necessita de arroz basta utilizar o dinheiro ganho em sua atividade para comprá-lo diretamente em um mercado.

É Unidade de conta

Muitas coisas podem ser expressas em dinheiro. Se não as coisas elas mesmas, mas os valores dessas coisas podem ser quantificados em dinheiro. Esse valor é chamado preço. Certamente há coisas que o dinheiro não compra, isto é, coisas que não são traduzíveis em dinheiro. Essa é uma questão do campo da ética, não da economia. Mas é possível afirmar, com certo grau de certeza, que praticamente tudo tem seu preço. Quando alguém vai numa concessionária de veículos para comprar o carro, o vendedor lhe informa o preço em termos monetários, não em termos de outra mercadoria, ainda que haja mercadorias cujos preços sejam equivalentes. O mesmo vale para uma dívida. Os balanços de uma empresa e o PIB de um país, embora representem muitos itens não monetários, são ambos expressos em dinheiro. O dinheiro, portanto, “constitui o padrão por meio do qual mensuramos as transações econômicas” (Mankiw, 2015, 59)”.

E uma reserva de valor

Para os economistas, o dinheiro (ou moeda) como reserva de valor é uma maneira de se adiar o poder de compra que se tem no presente para um momento futuro. Essa função do dinheiro tem algumas implicações importantes. Uma delas é a possibilidade de especulação. Se tenho dinheiro hoje para comprar uma casa, mas o mercado imobiliário está aquecido, posso especular acerca de uma queda de preços no futuro e guardar meu dinheiro para utilizá-lo em um momento mais vantajoso.
Outra implicação importante é a possibilidade da perda do valor intrínseco da moeda em decorrência da inflação. Há sempre o risco da perda do poder de compra futuro, salvo se os recursos financeiros em dinheiro forem mantidos sob a forma de uma aplicação financeira remunerada por juros. Neste caso, há um prêmio pelo adiamento do uso dos recursos.

O valor do dinheiro no tempo

Economistas dizem que o dinheiro tem um valor no tempo. Esse valor chama-se juros. O setor bancário se alimenta basicamente de juros, sobretudo no Brasil, cujas taxas de juros estão entre as maiores do planeta. Para todos os outros setores, inclusive as pessoas físicas, uma dívida sempre custará dinheiro.
Mas para os bancos, um depósito será sempre uma fonte de lucro. A principal fonte, diga-se de passagem. No final das contas, os bancos vivem de emprestar o dinheiro dos outros. Até quando ele nos paga alguma coisa para fazermos depósitos a prazo, a título de aplicação, ele lucra emprestando esses valores a uma taxa muito maior do que aquela com a qual remunera os correntistas (taxa de captação). Isso recebe o sofisticado nome de spread bancário.
Spread bancário nada mais é que a diferença entre a captação do dinheiro por um banco e a taxa pelo qual ele empresta esse dinheiro. O Brasil tem a maior taxa de spread do mundo. Portando ficar devendo para um banco é um péssimo negócio.

Vejamos um exemplo:

Se deixarmos uma conta de cheque especial a descoberto em R$ 1.000,00, supondo uma taxa de 11% ao mês, por um prazo de doze meses, ao final do período a dívida estará em R$ 3.498,00. Ao final de cinco anos, a mesma dívida, supondo a mesma taxa de juros de 11%, será de R$ 524.057,00. É o efeito perverso dos juros compostos. Por outro lado, se aplicarmos R$ 1.000,00 pelos mesmos cinco anos, a uma taxa de captação de 1% ao mês, obteremos ao final do período, em nossa conta bancária, R$ 1.816,69. A diferença entre o valor recebido e o valor cobrado pelo banco a título de juros é de R$ 522.240,31. Os números são assombrosos.
O dinheiro também está relacionado a tudo que faz referência a termos e posses econômicas, como ações, títulos, bens materiais e herança familiar.
Voltemos aos cartões... 

Em 1950, o Diners Club criou o primeiro cartão de crédito moderno. Era aceito inicialmente em 27 bons restaurantes daquele país e usado por importantes homens de negócios, como uma maneira prática de pagar suas despesas de viagens a trabalho e de lazer. Confeccionado em papel cartão, trazia o nome do associado de um lado e dos estabelecimentos filiados em outro. Somente em 1955 o Diners passou a usar o plástico em sua fabricação.

Em 1958, foi a vez do American Express lançar seu cartão. Na época, os bancos perceberam que estavam perdendo o controle do mercado para essas instituições, e no mesmo ano o Bank of America introduziu o seu BankAmericard. Em 1977, o BankAmericard passa a denominar-se Visa.
Na década de 90, o Visa torna-se o maior cartão com circulação mundial, sendo aceito em 12 milhões de estabelecimentos.
Muitos cartões de plástico não têm poder de compra, simplesmente ajudam a usar e a obter formas conhecidas de dinheiro. São os cartões de débitos bancários: retiram dinheiro e fazem pagamentos em caixas automáticos.
Outros cartões aliam as funções de compra, movimentação de conta corrente e garantia de cheques especiais.
O comércio vem criando seus próprios cartões. Destinados a atender a uma clientela mais fiel, eles facilitam a compra e eliminam a burocracia na abertura de crédito.
O mais recente avanço tecnológico em termos de cartão foi o desenvolvimento do smart card, o cartão inteligente. Perfeito para a realização de pequenas compras, ele vem com um chip que pode ser carregado com uma determinada soma em dinheiro. À medida que o portador vai gastando, seu saldo vai sendo eletronicamente descontado. Quando o saldo acaba, o cartão pode ser carregado com uma nova quantia.
Os cartões se multiplicaram.
Hoje eles estão cada vez mais direcionados para os diversos nichos de mercado.
São cartões de afinidade, que apoiam campanhas sociais, ecológicas; cartões para atender jovens e universitários; ou cartões de negócios destinados a altos funcionários de empresas.
O dinheiro, seja em que forma se apresente, não vale por si, mas pelas mercadorias e serviços que pode comprar. É uma espécie de título que dá a seu portador a faculdade de se considerar credor da sociedade e de usufruir, por meio do poder de compra, de todas as conquistas do homem moderno.
A moeda não foi genialmente inventada, mas surgiu de uma necessidade e sua evolução reflete, a cada momento, a vontade do homem de adequar seu instrumento monetário à realidade de sua economia.

Chegamos aos dias atuais, do escambo até hoje muitos séculos transcorreram e o homem foi modernizando sua maneira de negociar. Facilitando sua vida em relação ao dinheiro. Só temos algumas moedas e muito pouco papel moeda quando vamos viajar ou saímos à passeio. Agora todas nossas economias depositadas em conta corrente estão em um cartão. A isso chamamos “dinheiro de plástico”!
Por Aparecida Coslop em 06/04/2019
Nota:Nota:
Aparecida Coslop é  Funcionária Pública Aposentada (S.Paulo - Capital,  e-mail: acoslop8@gmail.com)
- Fotografias: Internet
Texto cedido pela autora
- Fonte Bibliografia:
 -  Voyager
 - Significado do dinheiro
 - Banco Central do Brasil
A Origem do Dinheiro VII A Origem do Dinheiro VII Reviewed by ELIO SILVA on 5/06/2019 Rating: 5

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