A Dívida dos Estados Brasileiros



A Dívida dos Estados Brasileiros

O desequilíbrio Fiscal brasileiro vem de longa data.
Há necessidade de ajustes no âmbito municipal, estadual e federal.
No âmbito federal a escalada de déficit contínuo deu origem à lei de responsabilidade fiscal.
A Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) estabelece um conjunto de normas de finanças públicas voltadas para a responsabilidade na gestão fiscal, mediante ações para prevenir riscos e corrigir desvios que possam afetar o equilíbrio das contas públicas.
A LRF (Lei de Responsabilidade Fiscal), tem como premissas básicas o planejamento, o controle, a transparência e a responsabilização do agente que descumprir a lei.
A Lei de Responsabilidade Fiscal, oficialmente Lei complementar nº 101 de 4 de março de 2000 é uma lei complementar brasileira que visa impor o controle dos gastos da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, condicionando-os à capacidade de arrecadação de tributos desses entes federativos.
Essa lei estabelece, em regime nacional, parâmetros para gasto público de cada ente federativo. As restrições orçamentárias visam preservar a situação fiscal da União, Estados, Municípios e do Distrito Federal, de acordo com seus balanços anuais, com o objetivo de garantir a saúde financeira da administração pública.
Entre as normas criadas pela LRF, está o limite de gastos com pessoal.
A Lei de Responsabilidade Fiscal fixa em todos os poderes que gastos com pessoal não podem ultrapassar 60% da Receita Líquida Corrente.
RLC (Receita liquida Corrente) é o somatório das recitas tributárias de um governo, referentes a contribuições patronais, industriais, agropecuárias e de serviços, já deduzidos as transferências constitucionais.

De acordo com levantamento feito pelo Poder360 no Siconfi (Sistema de Informações Contábeis e Fiscais do Setor Público Brasileiro), outras 5 unidades da Federação extrapolavam o limite máximo.
A situação é mais grave:
Minas Gerais (66,7% da receita),
Mato Grosso (57,9%),
Tocantins (56,7%),
Roraima (52%)
Paraíba (50,6%).
Para controlar o peso das despesas com folha de pagamento nos Estados, a legislação definiu 1 percentual máximo para os gastos. Criou também duas faixas de “alerta”, que funcionam como uma advertência. Eis os limites estabelecidos para o Poder Executivo:
limite de alerta: 44,1% da receita líquida;
limite prudencial: 46,55% da receita líquida;
limite máximo: 49% da receita líquida.
Nos últimos anos, os gastos com pessoal nos Estados vêm crescendo e agravando a situação orçamentária dos entes federativos.
O descumprimento do limite máximo das despesas com folha pode levar, no limite, à cassação do governador. Após quase 19 anos de LRF, entretanto, isso nunca ocorreu.
Dívida de quase 870 bilhões.
Em 2018, a dívida consolidada dos Estados com a União acumulou, pelo menos, R$ 867 bilhões. O valor pode ser ainda maior já que Mato Grosso do Sul e Rio Grande do Norte ainda não enviaram as informações do 3º quadrimestre de 2018 ao Tesouro Nacional.
As unidades mais endividadas São:
São Paulo (R$ 311,8 bilhões),
Rio de Janeiro (R$ 154,7 bilhões),
Minas Gerais (R$ 113,8 bilhões),
Rio Grande do Sul (R$ 84,2 bilhões)
Bahia (R$ 24,9 bilhões).
Para efeito de exemplo vou disponibilizar os dados de 2014 apenas do Estado de São Paulo.
Em 2014 a dívida consolidada do Estado de São Paulo era de 200,4 bilhões, quatro anos mais tarde está em 311,8 Bilhões. Esse aumento brutal mostra o quanto necessitamos de um reequilíbrio das contas públicas para que possamos ter condições de viver sem esperar o pior.

Reforma da Previdência: moeda de troca.  
Os novos governadores assumem os Estados com uma situação de caixa delicada. Neste ano, 4 Estados se declararam em calamidade financeira: Roraima, Rio Grande do Norte, Mato Grosso e Goiás.
O que é estado de calamidade financeira?
Dizer que está em calamidade financeira significa assumir, publicamente, que as contas públicas chegaram ao limite.
Segundo os dados mais recentes do Tesouro, no final de 2017, a dívida total das unidades federativas(estados) com a União já superava 900 bilhões. Além disso, 14 estados já ultrapassaram o limite de gastos com pessoal permitido pela LRF, que é de 60% da receita líquida.
Mesmo com a situação regional delicada, o Rio de Janeiro foi o único Estado que conseguiu aderir ao regime de recuperação fiscal. Criado em 2017, o programa permite que o Estado receba ajuda da União e pode, por exemplo, congelar o pagamento das dívidas em troca de um compromisso de ajuste nas contas públicas.
Os outros Estados que se declararam em estado de calamidade não se enquadram nos critérios atuais para adesão ao programa. Com isso, governadores pressionam a União por um auxílio maior para tentar solucionar o desequilíbrio fiscal.
Esse movimento foi iniciado em 2016 pelo Rio de Janeiro, que foi seguido por Rio Grande do Sul e Minas Gerais.
De todos os Estados, só o Rio conseguiu aderir ao RRF (Regime de Recuperação Fiscal), no qual recebe auxílio da União em troca de um compromisso de controle nas contas públicas. As outras unidades pressionam por uma maior ajuda federal.
Com os Governos Estaduais pedindo socorro e o Federal buscando apoio para levar adiante sua principal bandeira econômica, a Reforma da Previdência, o ministro da Economia, Paulo Guedes, e o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), têm mantido contato próximo com os governadores.
Nesse início de ano, Guedes já recebeu: Wilson Lima (Amazonas), Mauro Mendes (Mato Grosso), Romeu Zema (Minas Gerais), Paulo Câmara (Pernambuco), Helder Barbalho (Pará) e Eduardo Leite (Rio Grande do Sul).
Maia encontrou-se com Camilo Santana (Ceará), Ratinho Junior (Paraná), Paulo Câmara (Pernambuco), Wellington Dias (Piauí) e João Doria (São Paulo).
Os chefes dos Executivos estaduais negociam também a inclusão de seus respectivos regimes previdenciários na proposta de reforma que será encaminhada pelo Governo Federal ao Congresso.
No final de janeiro, o presidente da FNP (Frente Nacional dos Prefeitos), Jonas Donizette, afirmou após reunião com Guedes que o ministro garantiu que Estados e Municípios serão incluídos no texto.
No ano de 2018 o déficit público federal foi da ordem de R$ 285 bilhões de reais.
Não há como o Brasil conviver com esse déficit por muito tempo. Não haverá como manter a saúde, a educação, a segurança e etc.. Não haverá como manter os salários dos aposentados.
Não podemos culpar unicamente o Congresso Nacional por termos chegado a essa situação crítica.
Desde o Governo Fernando Henrique Cardoso tem sido enviado propostas de Reforma da Previdência, ao Congresso Nacional, com a recomendação da necessidade premente de sua aprovação, para efetuar o equilíbrio das contas públicas.
Mas o povo, o Governo, o Congresso, e principalmente, as corporações tem se esmerado na capacidade de impedir a Reforma.
No governo do Presidente Temer a Reforma estava na semana de ser discutida e colocada em primeira votação no plenário da Câmara. Mas, convenientemente, o Ministério Público Federal divulgou o vídeo de Joesley Batista incriminando o Presidente Temer e colocando à mostra suas negociatas. Foi um sobressalto e insatisfação total com o fato, e essa corporação conseguiu o que almejava. Manter seus altos subsídios, às custas dos minguados salários dos pobres desse país.
Agora, mais uma vez, está a Reforma da Previdência para ser votada. Essa Reforma já ultrapassou em muito a necessidade de ser votada. Agora é aprovar ou quebrar.

Consequências da aprovação da Reforma

Aprovada a Reforma, a primeira consequência será a volta da credibilidade ao Sistema Financeiro, impulsionando investimentos no país e gerando empregos para os muitos brasileiros da fila do desemprego.
Apenas esse fato formará um círculo virtuoso onde mais emprego, mais consumo.
Mais consumo, mais vagas nas indústrias, confecções e comércio.
Novamente mais emprego mais consumo e mais vagas para cada vez mais, dar oportunidade de trabalho a quem precisa.
Isso tornará o Brasil mais rico, e trará melhoras para as contas públicas com maior arrecadação de impostos.
Além do que, abrirá condições para as outras Reformas, que se fazem necessárias desde longa data.
Muito depende de nós.
Agora o brasileiro precisará mostrar o quanto preza seu futuro.
Por Aparecida Coslop em 25/04/2019
Nota:Nota:
Aparecida Coslop é  Funcionária Pública Aposentada (S.Paulo - Capital,  e-mail: acoslop8@gmail.com)
- Fotografias: Internet
Texto cedido pela autora
- Fonte Bibliografia:
 - www.bcredi.com.br
 - STN
 - Poder 360
 - Politize-se
 - Carta Maior
A Dívida dos Estados Brasileiros A Dívida dos Estados Brasileiros Reviewed by ELIO SILVA on 4/26/2019 Rating: 5

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