Quem és tu...?




Quem és tu que queres julgar, com vista que só alcança um palmo, coisas que estão a mil milhas?

É incrível como algumas peculiaridades do nosso cotidiano podem nos ensinar algumas valiosas lições, não é mesmo? Inclusive lições sobre a arte de julgar. A princípio, é necessário refletir: nós conseguimos ter conhecimento completo sobre todas as circunstâncias que envolvem outra pessoa? Decerto, é óbvio que não. Entretanto, se não é possível compreender todas as situações, como podemos estabelecer nossos próprios julgamentos sobre os outros?
Analogamente, vamos imaginar o ato de olhar o céu: seja de dia ou de noite, nós apenas temos um contato com o que conseguimos enxergar. Ademais, temos o conhecimento científico, que nos proporciona uma maior clareza sobre o universo e as leis que o regem. De tal forma, podemos afirmar: nós somos como um observador, que ao ver o céu (outro ser humano), estabelece julgamentos com base somente no que consegue ver. É necessário que se tenha um aprendizado sobre o conjunto todo (como o conhecimento científico), que não nos admita a tomar só o que vemos como algo plenamente verdadeiro. E esse conhecimento científico nada mais é do que buscar entender o porquê de cada ação humana. Todas as coisas possuem uma explicação, e não se ater ao observável é a principal forma de demonstrar uma atitude plenamente humana. O escritor Dante já registrou: " Quem és tu que queres julgar, com vista que só alcança um palmo, coisas que estão a mil milhas?"

Por isso, afirmo, não cabe a nenhum de nós a "arte de julgar". Nós somos muito bons em estabelecer julgamentos: julgamos ações, atitudes, opções de vida, todavia, nunca conseguiremos saber as verdadeiras razões de outro ser humano. Não importa se tal indivíduo escolheu determinado caminho, é necessário que se tenha total compreensão das circunstâncias em sua volta. É preciso pensar: "se eu estivesse no lugar de tal pessoa, eu não faria o mesmo?" É praticamente certo que faria, afinal, estaria vivendo na pele o que o outro já viveu. Que a partir disso, possamos sempre nos perguntar: "vale a pena julgar deliberadamente alguém?" (É certo definir o livro pela capa?).


Por Gabriel Parreira em 31/03/2019
Gabriel Parreira é estudante em Iacri-SP.
Nota:
Texto cedido pelo Autor
Foto Inicial - Internet
Quem és tu...? Quem és tu...? Reviewed by ELIO SILVA on 4/03/2019 Rating: 5

2 comentários:

  1. Perfeita reflexão.
    Infelizmente isso ainda acontece muito.
    Triste mas é a realidade .
    Parabéns!

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  2. Seja muito bem vindo ao Tupã Mosaico Filosófico amigo Gabriel.

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