A reconstrução da Europa - Parte Final
O Muro de Berlim
A RDA (República Democrática Alemã), não podia admitir que o
êxodo continuasse. Na manhã de 13 de agosto de 1961, soldados começaram a
construir o Muro de Berlim, demarcando a linha divisória inicialmente com arame
farpado, tanques e trincheiras.
Muro de arame fartado
e trincheiras.
Nos meses seguintes, foi sendo erguido em concreto armado o
muro que marcaria a vida da cidade.
Oficialmente chamado de Muro de Proteção Antifascista, a
barreira tinha 66,5 km de extensão, 302 torres de observação e 127 redes
metálicas eletrificadas. Um posto militar conhecido como Checkpoint
Charlie era o único ponto de travessia para estrangeiros e membros das
forças Aliadas. A patrulha ficava por conta de militares da Alemanha Oriental
que, acompanhados de seus cães de guarda, tinham ordens para atirar naqueles
que tentassem atravessar. Tal ordem ficou conhecida como “Ordem 101”.
Resultou na morte de
136 pessoas entre 1961 e 1989, ano da queda do muro. Cerca de outras 200
ficaram feridas e 300 foram presas, mas, ainda assim, 5.000 pessoas
atravessaram de Berlim Oriental para Berlim Ocidental ao longo dos 28 anos em
que o muro dividiu a cidade.
Além do espaço, o Muro de Berlim causou uma separação de
milhares de famílias e amigos,
Um de cada lado da muralha, passaram quase três décadas sem
se ver.
Maquete de como era o muro com suas torres de vigia
A Recuperação da Alemanha
A era Adenauer (1949–1963) e a integração no Ocidente
Konrad Adenauer, da
União Democrata Cristã (CDU), foi eleito primeiro chanceler federal da
República Federal da Alemanha em 1949, aos 73 anos de idade, como candidato do
partido que ajudou a fundar, e encabeçando uma coligação de novos partidos
políticos
Foi reeleito em 1953,
1957 e 1961.
Sua administração trouxe o progresso e proporcionou um
bem-estar até então desconhecido a amplas camadas da população: era o chamado
"milagre econômico", que não teria sido possível sem o Plano
Marshall.
A estratégia de Adenauer previa estreitos laços com os EUA,
entendimento com a França, intensas relações políticas e econômicas com a
Europa Ocidental e integração da Alemanha na Organização do Tratado do
Atlântico Norte (Otan). Seu objetivo era garantir a existência da RFA (República
Federal da Alemanha), levando Moscou a desistir da Alemanha Oriental, o que
abriria caminho para a reunificação.
Em 1950, a Alemanha foi admitida no Conselho da Europa, e em
1952, na Comunidade Europeia do Carvão e do Aço. Em 5 de maio de 1955, a RFA(República
Federal da Alemanha) deixou de ser considerada território ocupado e pôde criar
um Ministério do Exterior, estabelecer relações diplomáticas com outros países
e abrir embaixadas. Neste mesmo dia, entrou para a Otan, o que possibilitou o
rearmamento da Alemanha para cumprir suas funções de defesa no âmbito da
Aliança Atlântica.
A filiação à Comunidade Econômica Europeia se deu a partir
de 1º de janeiro de 1958 (Tratados de Roma) foi um outro passo decisivo para
sua integração no bloco ocidental.
Chanceleres da
Alemanha (Primeiro Ministro)
Em janeiro de 1963, a reconciliação com a França atingiu seu
auge com a assinatura do Tratado do Eliseu. A integração da Europa prosseguiu
com a criação da Comunidade Europeia em 8 de abril de 1965. No mesmo ano, a RFA(
República Federal da Alemanha) estabeleceu relações diplomáticas com Israel -
um passo significativo no caminho do entendimento entre os povos, após o
genocídio de mais de 6 milhões de judeus durante o nazismo.
Em 21 de outubro de 1969, assumiu o governo o social
democrata Willy Brandt, em coligação com o Partido Liberal. Ex- combatente da
resistência contra Hitler, Brandt cunhou o conceito de Ostpolitik (política
de abertura para o Leste), que lhe valeu o Prêmio Nobel da Paz em 1971.
A fim de melhorar as relações com a União Soviética, a
Polônia e os países do Pacto de Varsóvia, o governo Brandt assinou os tratados
de Moscou e de Varsóvia, em 1970. Em ambos, as partes, afirmavam não ter
quaisquer reivindicações territoriais. Frente à Polônia, Bonn confirmou a
inviolabilidade da fronteira ao longo dos rios Oder e Neisse.
O momento histórico
de reconciliação ficou gravado na imagem de Willy Brandt ajoelhado
diante do memorial do Gueto de Varsóvia, em dezembro de 1970.
A etapa seguinte foi o tratado firmado com a então Tchecoslováquia
em 1972.
Paralelamente, Bonn e Berlim Oriental sondavam as
possibilidades de um melhor entendimento. Em março de 1970, reuniram-se pela
primeira vez os chefes de governo das duas Alemanhas, Willy Brandt e Willi
Stoph, em Erfurt (RDA) - parte oriental, seguindo-se um segundo encontro, em
maio, em Kassel (RFA) – parte ocidental.
O Tratado das Quatro Potências sobre Berlim, assinado por
EUA, União Soviética, França e Reino Unido em 1971, estabeleceu que os setores
ocidentais de Berlim não eram parte integrante da República Federal da
Alemanha.
Esta, porém, podia representá-los. Este tratado foi condição
para que o Parlamento de Bonn ratificasse os demais, assinados com Moscou,
Varsóvia e Praga.
Um dos primeiros atos de Willy Brandt após sua reeleição em
1972 foi concluir o Tratado de Base entre a RFA e a RDA, assinado antes do fim
do ano. Nele, os dois Estados abdicavam do uso da violência e reconheciam suas
fronteiras, prometendo respeitar a autonomia um do outro. "Dois Estados
alemães numa só nação" - com a fórmula cunhada por Brandt, consumava-se
uma grande mudança na política entre as duas Alemanhas. Aos poucos, a
coexistência pacífica deveria abrir caminho para a cooperação entre ambos.
A queda do muro de
Berlim e a unificação.
A partir da segunda metade da década de 1980, a URSS passou
a sofrer um colapso em seu modelo político-econômico. As reformas sugeridas
pelo então líder, Mikhail Gorbachev, conhecidas
como Perestroika e Glasnost, a partir de 1986, não
tiveram êxito em seu objetivo de tornar mais flexível a economia soviética sem
abandonar o comunismo e o modelo de controle estatal da economia e das relações
sociais.
O reflexo da queda do “império soviético” atingiu ta
zonas de influência, inclusive a Alemanha Oriental. Em 1989,
pressões e protestos começaram a ser realizados pela população alemã para que
fosse feita a reunificação do país.
Em 9 de novembro de 1989, cidadãos das duas partes de
Berlim, munidos de martelos, machados, marretas e até mesmo com as próprias mãos
derrubam o muro que durante tanto tempo dividiu a cidade e as pessoas. Muitos
moradores de Berlim levaram consigo pedaços do muro para guardar como lembrança
que algo tão sonhado: sua queda. Muitos
moradores de outras cidades e de muitos outros países até hoje procuram por
pedras do muro para terem uma lembrança daquilo que jamais deverá voltar a
acontecer.
Grafite em parte do muro de Berlim representando o reencontro entre as duas partes da cidade.
Créditos : Josef Hanus
Créditos : Josef Hanus
A Reconstrução da Europa - Parte Final
Reviewed by ELIO SILVA
on
4/25/2019
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