Dizia Pitágoras: “o dia em que o homem descobrir os segredos dos números, ele descobrirá os segredos do universo”.
Já
um pastor amigo meu vivia dizendo: “as epidemias, as catástrofes da natureza e
as guerras entre as nações, são prenúncios dos fins do tempo”. Dizia mais: “Que
quando chegar o fim do mundo (que espero que esteja bem distante), todos os
pecadores serão marcados com números”. Segundo ele, os números da besta (o
chifrudo, o demo, ou o tinhoso como queiram).
Dia
desses passando em frente a uma agência bancária da cidade, lembrei-me desse
amigo. Não que eu acredite na sua tese apocalíptica, mas uma coisa é certa:
pelo andar da carruagem o ser humano do futuro, junto com o nome de batismo
terá um número de senha na certidão de nascimento.
A
moda agora é senha para tudo que se faz. Quando se abre uma conta no banco,
assinatura a gente não usa muito, o importante é seu número de senha (eram
quatro dígitos, agora são seis e mais duas ou três letras).
Em
qualquer repartição que se vá, ninguém mais te chama pelo nome; com a senha em
mãos, você tem de ficar atento, aguardando o painel mostrar o seu número.
Hoje
em dia, os cartões de crédito são usados em todos os lugares na farmácia, no
mercado, no posto de gasolina, até na compra do pãozinho na padaria. Ao passar
pelo caixa, digite sua senha.
Nos
grandes condomínios residenciais você só entra depois de digitar um número de
senha, números e mais números.
Até
pouco tempo atrás para fazer alguma compra no crédito, apenas o nome era o
suficiente para mostrar se a pessoa era caloteira ou não. Hoje em dia sem o
número do CPF nada feito. Ou seja, mais números.
Imaginam
só a dificuldade de pessoas como eu, que dificilmente consegue lembrar o tipo
de alimento que ingeriu no almoço, ter que memorizar tantos números.
Outro
dia fiz as contas da quantidade de senhas que tenho de lembrar. Somando tudo,
bancos, e-mails, senhas das contas de alguns aposentados, já que sou o
office-boy da família, mais senhas do computador de trabalho, são quase 100
números que tenho que guardar na cachola. Para um desmemoriado como eu não é
fácil. Fosse eu o Renato Alves não me preocuparia; o tupãense é recordista
brasileiro em memória; tempos atrás conseguiu memorizar um número composto de
110 dígitos, correspondente a 20 números de CPF. Como não sou ele, só me resta
apelar para “são longuinho”, ou carregar a famosa colinha toda vez que preciso
digitar uma senha.
Quem
mais sofre com toda essa quantidade de senhas são alguns idosos, principalmente
quando vão sacar suas aposentadorias. Ficam perdidos em meio a tantos números.
Basta verificar o tamanho das filas todas as manhãs nas agências bancárias.
Qualquer operação só realiza com a ajuda de algum funcionário.
Não
demora muito e teremos de ter um computador de bolso só para lembrar os números
de nossas senhas. É claro que esse também só abrirá o programa após digitarmos
uma senha, (mais uma).
Por J. Barbosa em 14/04/2006
Nota:
- J. Barbosa é Profissional do Rádio Na Cidade de Tupã-SP
- Fotografia: Internet
- Texto cedido pela autor
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- Texto cedido pela autor
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Reviewed by ELIO SILVA
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6/19/2019
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