Reforma do Estado II



O Estado Burocrático

O Brasil está, hoje, entre os países mais burocráticos do mundo.
O excesso de burocracia é prejudicial à produtividade do país. Dificulta a abertura, a formalização e a expansão de empresas, bem como a própria geração de empregos.
De maneira simplificada, a burocracia pode ser comparada a um imposto sobre a atividade produtiva: um imposto muito ruim. Para explicar essa comparação, começaremos discutindo quais os efeitos econômicos de um imposto sobre a produção e o consumo.


Bem ou mal, o governo realiza uma série de atividades. Fornece saúde, educação e segurança públicas, paga aposentadorias e salários dos servidores públicos, sustenta programas de transferência de renda etc.
Sem novidades, em todo lugar do mundo as coisas funcionam assim.
Nas coisas não caem do céu. O governo precisa dos recursos vindos dos impostos cobrados da população para suprir suas necessidades.
Sem impostos, nada disso seria possível. Só que impostos envolvem custos. E esses custos não se limitam ao dinheiro que sai do nosso bolso e vai para o cofre do governo.
Esses custos são mais horas trabalhadas nos cálculos e recolhimentos dos impostos, pagamento de taxas, onerando o empresário que, por sua vez, repassa esses custos para o preço final.
Ao passar o custo da burocracia diretamente para o consumidor, o empresário encarece seu produto e desestimula o crescimento da produção.

Agência CNI de Notícias
Pensemos, por exemplo, no mercado de livros. Digamos que o governo decida colocar um imposto sobre cada unidade vendida. Qual o efeito? A lucratividade dos produtores de livros seria reduzida e eles reagiriam produzindo menos. Parte desse imposto seria repassada aos consumidores via preços mais elevados.
Os consumidores reagiriam a esse movimento comprando menos livros. Ao fim do embate tivemos que os impostos altos diminuiu o consumo de livro e a quantidade de livros produzidos.
Isso significa que impostos altos, nem sempre é o melhor para o país.
Assim, impostos têm benefícios, porque permitem que o governo produza bens e serviços que são valorizados pela sociedade. Por outro lado, eles trazem custos ao reduzir a produção e o consumo de outros bens igualmente importantes.
Para determinados bens e serviços, é socialmente desejável diminuir o volume produzido. É o caso de cigarros e atividades que envolva poluição e agressão ao meio ambiente, por exemplo. Taxar essas atividades é o melhor dos mundos:
Ao desestimular o consumo de cigarros via taxação alta, esses impostos estão contribuindo com a saúde do fumante via menor consumo e recursos para financiar o governo. Mas, em geral, não é possível sustentar toda a despesa do governo apenas taxando essas atividades.
Por que a Burocracia é tão ruim?
Podemos comparar os efeitos da burocracia aos dos impostos. Ao vender seu produto, o empreendedor deve cumprir uma série de procedimentos burocráticos. Isso eleva os custos e desestimula a produção. Esses custos, em parte, são repassados ao preço final, o que enfraquece o consumo via custos.


A Burocracia moderna incluiu a informática

Novamente, temos um custo para a sociedade, sob a forma de redução da quantidade transacionada no mercado.
Mas, diferentemente do imposto tradicional, a burocracia não financia as atividades do governo. Com ela, não são arrecadados os recursos que poderiam ser usados na produção de bens e serviços públicos.

E o que acontece com esses recursos que deixam de ir para o governo? Em algumas situações, isso basicamente se traduz no tempo desperdiçado pelo empreendedor ou seus funcionários para cumprir procedimentos burocráticos. Esse tempo poderia ser usado para aumentar a produtividade, inovar, melhorar processos e produtos.

O empreendedor pode ainda pagar alguém para facilitar o cumprimento desses procedimentos. Assim, o dinheiro (que no caso de um imposto tradicional iria para o governo) acaba indo para o bolso de um despachante ou, no pior dos casos, de um funcionário público que faz vista grossa para algum procedimento burocrático não realizado adequadamente.
Em outras palavras, a burocracia tem todos os custos sociais de um imposto, mas não gera o benefício da arrecadação e do possível financiamento da produção de bens e serviços públicos.
Só Isso?
Não é só isso, o excesso de burocracia nos negócios traz outros efeitos negativos sobre os negócios e sobre o país.
Como o aparato burocrático impõe custos substanciais, potenciais empreendedores podem optar por não entrar no mercado. Isso garante menos concorrência para firmas já estabelecidas. Resultado: maior poder de mercado, e menor diversidade de produtos para os consumidores.
Alguns empreendedores podem ainda optar pela informalidade para evitar impostos e burocracia. Empresas informais, todavia, têm menos acesso a crédito e encontram maiores dificuldades para se desenvolver. Podem preferir permanecer pequenas para serem menos visíveis à fiscalização. Por isso, várias dessas empresas não se aproveitam das chamadas economias de escala, ou seja, ganhos de produtividade oriundos do aumento da produção ao longo do tempo.
A burocracia contribui dessa forma para aumentar a informalidade. Prejudica não só a produtividade do país, mas também a arrecadação do governo, já que firmas informais deixam de pagar impostos.
As firmas já estabelecidas, por outro lado, não são necessariamente as mais produtivas. Podem ter quebrado a barreira da burocracia, simplesmente porque o empresário conhece alguém dentro do setor público para dar aquela “mãozinha”. Nessas condições, as conexões pessoais podem ser mais importantes que a competência.
Muitas vezes é o próprio governo que dá incentivos fiscais para determinadas empresas produzirem a custo menor.
Nesse ponto cabe uma pergunta:  Se os impostos são tão altos que para uma parte dos empresários produzirem necessitam de incentivos baixando a carga tributária, por que o subterfúgio?
Não seria muito mais transparente e justo, impostos mais baixos para todos empresários sem necessidade de incentivos?
Esse cenário intrincado e pouco transparente estimula a corrupção.
Por esses motivos, a simplificação de procedimentos certamente traria uma melhora no ambiente de negócios do Brasil, com potenciais ganhos de produtividade no longo prazo.
A grande quantidade de impostos nas três escalas de governo – federal, estadual e municipal;
As elevadas alíquotas de impostos sobre o preço final;
O excesso de burocracia em todos setores do país, nos torna inviável na visão de empresários que convivem com vários empreendimentos em diferentes países.
Ao se deparar com nosso sistema percebem a inviabilidade da importação e exportação pela demora da mercadoria nos portos do país, a demora da alfândega na liberação da carga, o extravio de bens nos aeroportos.
Acham o país bonito, o povo hospitaleiro, mas suas fábricas ficarão em um país com maior respeito a produção.
Continua Reforma do Estado III
Por Aparecida Coslop em 15/06/2019
Nota:
Aparecida Coslop é  Funcionária Pública Aposentada (S.Paulo - Capital,  e-mail: acoslop8@gmail.com)
- Fotografias: Internet
Texto cedido pela autora
Fonte Bibliografia:
-Agência CNI de notícias
-Ambiente Legal
-El país
Reforma do Estado II Reforma do Estado II Reviewed by ELIO SILVA on 6/15/2019 Rating: 5

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