Sermos Irmãos


O que é ser irmão?

Ser irmão... o que é ser irmão?
É dividir o mesmo teto por ter nascido dos mesmos pais?
Ser irmão é dividir a mesma nacionalidade e poder chamar o mesmo país de Pátria?
Ser irmão é habitar o mesmo planeta e dividir as mesmas preocupações quanto sua preservação, pensar nas florestas tão lindas e nos mares de tantas nuances de azuis e verdes?
Na minha humilde opinião é isso! Ou melhor, tudo isso.

Nascemos nus e incapazes! Nossos pais, que nos geraram ou aquele que tomou para si a incumbência de nos tornar adultos e capazes terão longos dezoito anos para poder dizer meu filho ou filha é adulto. Para que isso fosse possível o provedor, dependendo da classe social, gastou de R$350.000,00 até R$2.000.000,00 (quem escreve sobre economia não perde a mania dos números). Entram nessa conta alimentação, estudo, saúde, lazer, vestuário, locomoção, etc.

E agora?
Agora adulto o filho deve trabalhar e prover seu próprio sustento tal qual os outros seres amimais.
Dependendo da dedicação aos estudos, dos amigos que escolheu para chamar de seus, dependendo dos lugares que escolheu frequentar, terá o trabalho A, B, ou C.

O provedor não participa dessa escolha, pois já adolescente o filho esquece, na maioria das vezes, a maior parte dos ensinamentos recebidos no lar para adotar os ensinamentos e costumes do “bando”, ou seja, do grupo de amigos.

O trabalho "A" será desenvolvido por aqueles cujos amigos são estudiosos, gentis, conscientes dos deveres, ansiosos por se tornarem produtivos, e ciente que é e será uma peça importante de um jogo que será jogado durante muitos anos e esse jogo chama-se Trajeto de Vida Produtiva. Nesse jogo há muitas peças chamadas colegas de trabalho. Cada peça tem um dever a cumprir, uma sobe, outra desce, uma vai para a esquerda, outra para a direita, em  diagonal, e nesse frenesi seguem-se dias, semanas, anos...muitos anos, tantos que seus filhos cresceram enquanto ele (agora pai) trabalhava para alimentá-los e estudá-los, enfim, suprir todas suas necessidades.

Isso aconteceu em condições ligeiramente diferentes para aqueles que tem o trabalho  "B" e o "C".
Todos tiveram momentos bons e ruins, todos caíram e tiveram de se levantar com ajuda ou sem ela.
Essas peças são as pessoas e juntas formam o que chamamos sociedade.

Quando cessamos de chamar as pessoas de peças elas adquirem sentimentos, e outras necessidades além de alimento, trabalho e abrigo.
É esse sentimento, essa capacidade de olhar quem está ao nosso lado, não importando sua classe social, é o que nos diferencia dos animais e nos tornam irmãos. Não importa se nascemos em um estado do norte ou do sul, se moramos no campo, na cidade ou na praia. Somos irmãos! E como tal devemos dividir com a maior igualdade possível o pão.

O que propicia isso?
Salários mais igualitários. O trabalho do médico é tão importante quanto o trabalho do lavrador que planta e colhe o alimento para propiciar saúde e nutrição a esse profissional apto a socorrer quem necessita.
Um policial é tão importante quanto o porteiro do seu prédio ou aquele que recolhe todas as manhãs seus resíduos e lhes dá o destino apropriado.

Em uma sociedade realmente consciente não deve haver um trabalho mais importante. Deve haver várias formas de trabalho. Todos dignos, todos necessários, onde um irmão complementa a necessidade do outro. Com trabalhos e  salários de tal forma que o mais alto salário possa ser apenas 4 vezes o valor do menor salário. Isso eleva os valores individuais, como respeito pelo irmão, respeito pelo patrimônio público e privado, respeito pelas instituições sejam elas Parlamentaristas, Reinos ou Democracias, onde o mais importante não é o acúmulo de bens, mas liberdade, e principalmente ser feliz e fazer fluir a felicidade que há em si. Estes são os sistemas perfeitos de países de pessoas idôneas, sem necessidade de brigar pelo dinheiro do outro, sem necessidade de querer o que não é seu.

É utopia?
Não! há países que já praticam essa forma de distribuição de renda, por exemplos: Dinamarca, Islândia, Noruega, Suécia e Finlândia.
Não é por acaso que são considerados os países mais felizes do mundo.

Estamos longe?
Sim muito longe, mas o Chile já esteve mais distante que nós e em 10 anos, caminhou a passos largos em direção a um país mais igualitário. É o único país da América Latina com cadeira na OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).

Se tantos países conseguiram, se o Chile está a caminho precisamos começar nossa caminhada. Vamos dar o primeiro passo. Sejamos o próximo a dar trabalho e renda para todos.
A dignidade traz confiança e felicidade, esse é o objetivo comum da humanidade.
O príncipe dinamarquês Frederik com crianças no Dia do Esporte em Copenhagem: elite sem ostentação
Foto:
HUSTAD KATINKA / AP
Dinamarca                       
Foto: (Getty Images)
Finlândia       
Foto: Getty Images)
Noruega 
Foto: Getty Images)
Suécia 
Foto: (Getty Images)
Islândia:   Reykjavik, sua capital Foto: Catraca Livre
Por Aparecida Coslop em 05/07/2019
Nota:
Aparecida Coslop é  Funcionária Pública Aposentada (S.Paulo - Capital,  e-mail: acoslop8@gmail.com)
- Fotografia Inicial: Internet
Texto cedido pela autora
Sermos Irmãos Sermos  Irmãos Reviewed by ELIO SILVA on 7/06/2019 Rating: 5

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